sábado, 15 de agosto de 2009

menino



Te vi, menino
Menino que senta nos meus sonhos
Menino bonito, despertador
Que me angustia por ser nada
E não poder te abraçar
Segui, e te vi novamente pela rua poluída
É tanta informação, e tu estas sempre por ela
E eu posso fugir do mundo real
E tu menino que estás em tantos lugares?
Te tiraram a dom de sonhar
Quando te arrancaram de um útero que já não era tão seguro
Menino, te vi de novo:
- moça, teu cigarro vai cair
Olhei minhas mãos após decorar as tuas
Quem tem as mãos sujas aqui?
Não falei nada, tinha o cigarro nas mãos
- do bolso, moça. Teu cigarro está caindo do bolso
- Ah, obrigada!
E ainda és bom, menino!!
O mundo te estapeou o rosto, e tu ainda és bom!!
Eu te amo, menino
Tu que deves sentir dor ao me olhar
Eu crio a dor pra me distrair
Tu, tens a dor diariamente e consegue sorrir
Mais adiante, vi o cotidiano
Tabacaria, praças, locadoras de filmes, mercados
Me aproximo da minha casa
Estou indo para ela
E tu, menino, para onde vais?
Mas, não se engane, todos estamos embaixo do viaduto
Em frente a casa, há uma igreja que fede a bons costumes
Ela esta tocando um sino que perturba meu pensamento
Ela não tem interesse que pensemos
Mas eu sinto, menino, sinto a tristeza do mundo
Por isso as pessoas estão entrando na igreja
É fuga, beija-flor
É fuga de toda a sujeira que nós mesmos criamos
E quando me pego fugindo
Te vejo, menino!

Thais Dornelles

sábado, 1 de agosto de 2009

Primavera


Não sinta dor por estares longe de mim
Não estou
Esse mundo engana, pequena
É tudo uma grande ilusão
E eu estou em ti, nos teus cabelos
Nas tuas mãos, por dentro da tua circulação
Estou e isso o mundo não pode nos tirar
E tu estás em mim, meu pedaço que tem vida
E anda e corre feliz, meu pedaço bom, minha esperança
O bem do meu coração, vem de ti criança.
Amor maior que o céu, amor que nunca se perderá nem por segundos
Amor, fruto de amor louco, doce e puro
És o que existe de melhor nesse mundo
Primavera em todas as estações
Claridade que cessa todas as escuridões
Sol que nunca se apagará, nuvem que nunca passará
Entenda que adeus são necessários
Mas que, representam entre nós duas, apenas um recomeço
E eu hei de suportar a vazio da casa
A solidão dessa capital só para abrir meus braços
No dia em que serei mais feliz
Naquele em que voltarás e eu poderei te abraçar, te beijar e sorrir.


Thais Dornelles