sábado, 3 de novembro de 2012

aqui.


Da depressão contínua
Do crime permanente
Que se estende pela vida
Da dor física, da tortura
Do medo do medo
Da realidade triste
Dos sonhos bonitos
Da falta de ar, do pânico
Da solidão...
Da poesia esquecida
Da disritmia
Da ausência
Do passar dos dias
Do passar das horas
Do caminhar sem sentido
Do silêncio barulhento
Da cidade vazia, das pessoas invisíveis
Do coração cansado
Das lágrimas de vidros
Do corpo dormente
Do suspiro das certezas cortantes
Do inferno eterno, do inverno glacial
Dos mortos vivos, dos vivos que andam mortos
Das ruas sujas, da lua escondida.
Do céu nublado
Do sol que não cura
Da vergonha
Da rejeição diante do espelho
Das almas enjauladas
Do desânimo, das camas desarrumadas
Da falta, das pautas inacabadas.
Do sonho que dói
Da insônia noturna, diurna
Das mentiras, do “eu te amo” falso.
Da pele fria
Dos pés apertados, das mãos trêmulas
Da areia movediça
Da amargura...
Dos peitos de grades de ferro
Dos corações solitários



Ninguém tomará o teu lugar!