Segue adiante
Segue tua procura confusa
Pega minha mão
Se a solidão te tocar
E o calor do meu corpo
Se o frio te abraçar

Eu estou aqui
Já não quero partir sem rumo
Achei um mundo

Eu preferia a tua companhia
Mas já corri por aí também

Eu te quero doce, inteira
Que é pra ninguém completar ninguém
Que é pra unir só pelo amor
Sem obrigação
Pega minha mão
Mas não vou te prender no meu ego bobão
Quer ir?
Vá, então, que a terra é tua
Eu fico aqui e te espero
Faço poemas, crio distrações
Pra acalmar meu coração
Mas decora o caminho de volta, amor
Que a lua fica sem cor
Flores sem cheiro, primavera sem flor
Fica tudo meio assim, fora do lugar
Volta pra mim
Feliz que é pra me fazer sorrir

E da ardência dos dias que passaram sem ti
Há de brotar a felicidade da gente
Assim que tu entenderes
Que nessa vida
Dá ate para alterar nosso fim!


Thais Dornelles

eu fico aqui

Lá vou eu de novo
Pro inferno oco e ardente
Que eu mesma criei
Lá vou eu,
Gritar no eco outro nome em vão

(Grito por mim
Grito pela lucidez, então!)

Lá vou eu!
A mentira só dura o tempo de ser desmascarada!
Fica aqui comigo, de mãos dadas para o nada
É pedir demais te apresentar minha loucura!
Vai lá!

Lá vai você
Mais uma que foge sem querer entender
Dessa vez, eu abro a porta
Te querer aqui é não te querer bem
Não há ninguém, não há ninguém
Que mereça essa tristeza!

Um dia desses
A gente se encontra na realidade
Na metade!
Entre o céu e o mar
Daqui uns dias
Eu sei que saberei amar!

Lá vou eu
Traduzir o nada da vida
Partir-me em mil
Pra reconstruir alguém melhor!
Vou lá, com muito amor nos olhos
E um desejo novo de mudança
Que surgiu forte
É o desejo de não te perder
Que me fará entender!
É a minha morte
É o fim!
Chega de explosões
Você pode me ajudar
Sorri pra mim!
Sorri pra mim, sorri pra mim
Beija minha boca
Que eu não quero mais ser louca!



Thais Dornelles


"teus lábios são labirintos, ANA!"

O meu amor é um show diário
E eu não me canso de interpretar
Não me canso de te surpreender
E de quebrar todas as regras
Que quebram a graça de amar!

(...)


Thais Dornelles

adeus amor

(...)

Um dia passa
Um dia a saudade cansa e vai embora
É assim que o amor acaba!
Tudo em mim tem persistência
Deve ser isso!
Tudo deve ter a força que tenho nos pulsos
Sim, deve ser isso!
Descobri!

Thais Dornelles

Ora, vocês

Vocês,
não falem em amor
Não falem!
Quem pensa demais numa relação, não ama
Quem não age pelo coração, no fundo não quer
E agora, querem chorar?
Querem pensar que sofrem como os que amam verdadeiramente
Como aqueles que largariam a terra firme
Que morariam no fundo do mar por amor?
NÃO FALEM EM DOR!
Que sabem vocês de grandes amores?
Que sabem vocês do abismo que é cair atrás da porta
Do silêncio absurdo que pode haver numa vida de solidão
Que sabem vocês de sofrer?
Deitem e durmam e curem o tédio de viver de outra maneira
Não vulgarizem o que demais bonito existe
A doação, a aventura, o encontro, a união de almas
Se vocês não saem do sofá
Se vocês cumprem os horários rigorosamente
É com rigor que eu repito
NÃO,VOCÊS NÃO SABEM O QUE É AMOR!

Thais Dornelles

Vou lá

(...)

A verdade é que nada é verdade
E nada, é a mesma coisa que tudo
Eu não tenho medo do mundo
Tenho medo de mim
Tu também!
Só que tu podes fugir, pegar um avião
Tu tens a opção da distância
E eu? Estou presa ao meu lado pra sempre
E sozinha, sem ti
Sem teu perdão que nem se quer mereço
Estou aqui, escrevendo uma confissão
E talvez a poesia também suma da minha vida
Disseste pra não voltar e eu nem queria ter ido
Agora, lido com a tua ausência, com a minha doença
Com a falta na vida daquilo que nunca deveria ter partido:
O amor, tu, nós, meus amigos
Todos partiram sem deixar um endereço
E depois que acabar essa busca incansável por mim
Terei de procurar todos vocês
Eu não vou desistir
A imensidão da minha alma é maior que a terra
Se eu me vencer, venço o mundo inteiro atrás de ti
Agora preciso de silêncio musical
De paz para ir em frente
Ainda que ninguém tenha tido coragem
Eu me enfrento e quebro o espelho e concerto até me entender.


Thais Dornelles

Me sinto tão assim...
Tão na dúvida
Tão sem chão
Tão fora de mim
Tão maluca
Tão quieta tão pensativa
Tão explosiva
Tão...

Desprotegida pelo teu amor
Em momentos, não alcanço nem meu coração
Como te ver?
Como te crer?
Teus pés no chão me soam encenação
E aqui, agora, hoje, ontem
Eu preciso do real!
Minha imaginação cria pela gente
Sossega mas nem tanto
É cedo pro silêncio final
É tão tarde e afinal
O que queremos?

Vieste tão de repente
E intensamente como sempre, entreguei
Dancei teu ritmo
Apresentei o meu
Formamos algo
Que eu não sei nomear
As vezes te amo, as vezes repenso, as vezes não te quero
As vezes me lembro!
E nessa confusão
Já não imagino o sem, o fim, o adeus
Tens de mim o que sou: amor e loucura!
Tens de mim tudo que podes ter
E mais do que querias
Se rejeitas a roleta-russa da minha alma
Como terás paixão da minha carne?
Se arde a manhã no impulso do teu não
E a noite anuncia solução
Se, agora, quero e depois, torna-se tudo vão!
Se teu gemido invadiu tudo em mim
Fez uma aflição fez uma canção
E a poesia só se desenvolveu com teu empurrão
Se, as vezes, momentos, agora, agora, logo, depois, antes
E tudo é tão eterno e pouco, curto, longo
Amantes, amigos, flores, livros, contos da minha imaginação
Que se cria, se acaba, se revolta e grita tua quietação.

Amor vai de mim, sem eu ir junto
E me retorna mudo e eu que estou sempre aqui e não estou
Me mordo, me destruo
Nesse ritmo louco de te amar como ninguém te amou!

Thais Dornelles

SETEMBRO/2009