sábado, 31 de agosto de 2013

sábado

perambulei as ruas na chuva
Renato dizia-me a verdade
minhas semanas são extensas
minhas horas duram uma eternidade

te esperar é o tema de casa mais dificil que já recebi
são dois anos e, penso, cem páginas concluem pouco
quase nada.
Pra ser sincera, estudo o assunto o tempo todo,
estou na graduação

mas...

Espero que a minha dissertação de mestrado seja um manual da tua felicidade

já sei que descontrolo teus olhos
os faço rebeldes, eles são o que és e escondes
tenho que ocupar teus sonhos
para que vejas todos os sorriso que posso te arrancar

pintar a parede do teu quarto de verde
para que, no teu despertar, te depares comigo (esperança)
costurar teu vestido azul
e dizer-te o quanto ficas bela dentro dele, ou quando danças

ainda no teu sonho,
amor, grande amor,
talvez eu apareça num cavalo
todavia ele será preto
mesmo assim, eu posso ser encantada
mesmo sem nenhuma barba no meu rosto...

é por ti que faço a revolução!
Todos, por todos esses longos, tão longos dias

amanhã é domingo
teus segundos te devorarão (ou não)
eu mudarei os móveis de lugar
vou pedalar a cidade cuidando os carros
mas não temo um atropelamento:
tenho medo mesmo é de passar mais um longo (muito longo)
dia sem, sequer, ver teus olhos

Thais rima com nariz
e - que irônico - com feliz
Mas só Thais fecha mesmo com Thais
até ao contrário, de qualquer jeito
nenhum outro nome tem o mesmo número de letras,
o mesmo som e um acento agudo no I

Entretanto, são só desvaneios do alcool batendo...

O morador de rua não tem casa e dorme na chuva
a chuva me cura, me leva pra longe
ele me inveja, eu só quero esquecer
ou apressar os ponteiros do relógio
pra chegar rápido o dia D

dia D ser feliz, dia D sorrir...

Até a letra D pareço um sorriso
quando penso nos meus dedos contornando a tua boca
e a minha boca beijando a tua nuca

É, eu sou louca!

nem é mais uma fossa
nem é mais uma agonia

tá virando uma calmaria que assusta
Estou parecendo o Fernando que caminha pelo Bonfim
saindo da rua Bento Figueredo
certamente, ele também está esperando o fim

ou o começo!






















quarta-feira, 21 de agosto de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

a morte da angústia

teu nome, Augusta, é angústia
e tuas pupilas são cifrões
tuas mãos, Maria, dançam balé
e espalham melancolia
e teus pés, René, pisam sempre em falso
Espio-te pela janela
- Manuela, não faça isto!
meus olhos te gritam
teus ouvidos, Berenice, só escutam chatices
Escrevo-te um poema-canção
o João dar-te-á um avião,
todavia, Sofia, teu céu será cinza
o Zeca, ECA, usa terno e gravata
mas tudo bem, Rebeca, ele usa cueca.
Lá  vem o Manuel, de barba, numa mercedes.
Mas, Matilde, eu, Neruda, te falo de amor
Ai de mim, Dolores, castigar-te com as minhas dores
Já o Vicente, das costas quentes, te oferecerá um anel
encolho-me, então, e derramo minha lágrimas no chapéu
que recolhe as esmolas do teu afeto.
sento-me no chão da miséria, Valéria
e rasgo o bilhete da megasena.
Peço a morte de Augusta
entretanto, ela se arrasta e me pede perdão
Ela não sabe bem por que está aqui
diz-me que nasceu assim, triste e atormentada, está conformada
dou-lhe outra poesia, mas Luisa não fala minha língua.
É hora de partir, pois não quero arremessar pedras na Geni.
começo a andar pela avenida, pensando em Carolina
ensaio o que eu falaria, se Camila me ouvisse
Se eu fosse Luis, a diria:
mulher, sei bem que quero e posso te fazer feliz.