quinta-feira, 8 de agosto de 2013

a morte da angústia

teu nome, Augusta, é angústia
e tuas pupilas são cifrões
tuas mãos, Maria, dançam balé
e espalham melancolia
e teus pés, René, pisam sempre em falso
Espio-te pela janela
- Manuela, não faça isto!
meus olhos te gritam
teus ouvidos, Berenice, só escutam chatices
Escrevo-te um poema-canção
o João dar-te-á um avião,
todavia, Sofia, teu céu será cinza
o Zeca, ECA, usa terno e gravata
mas tudo bem, Rebeca, ele usa cueca.
Lá  vem o Manuel, de barba, numa mercedes.
Mas, Matilde, eu, Neruda, te falo de amor
Ai de mim, Dolores, castigar-te com as minhas dores
Já o Vicente, das costas quentes, te oferecerá um anel
encolho-me, então, e derramo minha lágrimas no chapéu
que recolhe as esmolas do teu afeto.
sento-me no chão da miséria, Valéria
e rasgo o bilhete da megasena.
Peço a morte de Augusta
entretanto, ela se arrasta e me pede perdão
Ela não sabe bem por que está aqui
diz-me que nasceu assim, triste e atormentada, está conformada
dou-lhe outra poesia, mas Luisa não fala minha língua.
É hora de partir, pois não quero arremessar pedras na Geni.
começo a andar pela avenida, pensando em Carolina
ensaio o que eu falaria, se Camila me ouvisse
Se eu fosse Luis, a diria:
mulher, sei bem que quero e posso te fazer feliz.







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