segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Encontro

O amor dela, a dor dela em enterrá-lo
Eu pude vê-la, pude ver os olhos molhados
Eu ouvi o adeus que ninguém escutou
Mal sabem todos que seu coração está debaixo da terra!

Inácio, fruto da paixão febril, virou sangue
Ninguém o desejou até uma esperança de vida brotar.
Depois, Inácio dos olhos verdes, cabelos castanhos
Explorando o mundo e arrancando suspiros...
Mas ele morreu antes de viver!
Não era hora de Inácio chegar
Ele deve ser profeta
Pensou que não queria nascer
E se desfez entre as pernas dela.

No outro canto da cidade,
Alguém não conseguia chorar
Por alguém que morreu sem morrer
E partiu sem amar!


Enquanto a moça solitária
Lutava bravamente para proteger seu corpo
Na calçada da Lavras
Foi pega desprevenida
Imobilizada por mãos desconhecidas
Fechou os olhos e entregou-se a desgraça.
Pensou que acabaria logo...
Mas o carrasco nunca partiria
Deixou nela seus olhos pretos
Que virariam outros olhos, sendo os mesmos!

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