Dos amores que doem
De todos eles
Aquele que não toca
Que não deixa saber
Que parte
Nem provoca
Nem ofende
Não entende
Não bagunça
Aquele que nasce
Mas não brota
Feito flor mal cuidada
Que seca antes de florir
De todos os amores...
Ah, como falar de amor agora?
Eu, sozinha
Impar
Esperando um milagre
Quem sabe?
Olhando a cidade
Esperando que o amor dobre a esquina
Para que eu não possa mais vê-lo
Dizendo adeus ao sentimento
Que surgiu, sabe-se de onde
Não foi aproveitado
Não foi utilizado
Não foi necessário
Amor posto no lixo
Pra ser queimado
Nem reciclado, nem guardado
Amor rejeitado
De todos os amores
O que mais dói é esse
Que lateja sem sofrer
Que se deve esquecer
Sem esquecer!
Intransferível
Inútil
Amor nomeado
Que virou uma carta que não chega
Que se extravia
E ninguém sente falta!
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