terça-feira, 4 de junho de 2013

golondrina libre

bebi meu violão
bati o cigarro no cinzeiro
parei num puteiro
afrontei a solidão
tranquei na masmorra teus olhos sujos

na tentativa infeliz de estancar a hemorragia

mas meu coração apodrecia

cada beijo que minha boca lançava
despejava na minha face uma lágrima

todas essas companhias...

eu suspiro dor e agonia

meus sonhos se desmacham no chão da cozinha
dessa noite fria...

não choro mais por ti
a roda viva calou minhas reclamações
pintou um outdoor na frente da minha janela
com letras de sangue e fotografia triste

foi embora a juventude
a doçura, a fé

piso descalço no cimento

congelo, pouco a pouco, por dentro

mas ainda sinto
(e como sinto)

todas as dores do mundo
estão presas na minha traqueia

Exclamo: é a morte
vem com a chuva a despedida
ela parte prum universo limpo
morre velha

eu morro jovem, morro viva

pero, cariño, yo soy una golondrina

libre, libre

meu amor, que era gigante,
fortaleceu minha coragem
que hoje é do tamanho dos Andes.

nada temo,
as tais pedradas do caminho
acertam em cheio meu peito
mas, como as árvores, permaneço em pé.
abismos?
eu sou a queda livre
ventania?
eu sou a tempestade

o passado é a minha rua, mão única
te querer foi como engatar a ré

agora ando pra frente, de cabeça erguida

bebi meu violão,
brindando o fim da expectativa

ninguém mais eu quero
ninguém mais eu espero no portão

soy una golondrina
sola y libre
Nadie más va a quemarme, matarme
porque ya estoy en el cielo lejano
las crueldades del mundo ya no me alcanzan
aunque me hacen sentir y llorar
mi corazón se convirtió en el viento...
ahora mi poesía es para la lucha
mis versos escriben la fuerza que tengo en mis manos
y mis ojos son dos nubes de libertad
gritando en voz alta que estoy viva
y todavía puedo soñar
un sueño sin pasión y llena de amor
el amor de la humanidad
yo estoy libre de ti.








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