bebi meu violão
bati o cigarro no cinzeiro
parei num puteiro
afrontei a solidão
tranquei na masmorra teus olhos sujos
na tentativa infeliz de estancar a hemorragia
mas meu coração apodrecia
cada beijo que minha boca lançava
despejava na minha face uma lágrima
todas essas companhias...
eu suspiro dor e agonia
meus sonhos se desmacham no chão da cozinha
dessa noite fria...
não choro mais por ti
a roda viva calou minhas reclamações
pintou um outdoor na frente da minha janela
com letras de sangue e fotografia triste
foi embora a juventude
a doçura, a fé
piso descalço no cimento
congelo, pouco a pouco, por dentro
mas ainda sinto
(e como sinto)
todas as dores do mundo
estão presas na minha traqueia
Exclamo: é a morte
vem com a chuva a despedida
ela parte prum universo limpo
morre velha
eu morro jovem, morro viva
pero, cariño, yo soy una golondrina
libre, libre
meu amor, que era gigante,
fortaleceu minha coragem
que hoje é do tamanho dos Andes.
nada temo,
as tais pedradas do caminho
acertam em cheio meu peito
mas, como as árvores, permaneço em pé.
abismos?
eu sou a queda livre
ventania?
eu sou a tempestade
o passado é a minha rua, mão única
te querer foi como engatar a ré
agora ando pra frente, de cabeça erguida
bebi meu violão,
brindando o fim da expectativa
ninguém mais eu quero
ninguém mais eu espero no portão
soy una golondrina
sola y libre
Nadie más va a quemarme, matarme
porque ya estoy en el cielo lejano
las crueldades del mundo ya no me alcanzan
aunque me hacen sentir y llorar
mi corazón se convirtió en el viento...
ahora mi poesía es para la lucha
mis versos escriben la fuerza que tengo en mis manos
y mis ojos son dos nubes de libertad
gritando en voz alta que estoy viva
y todavía puedo soñar
un sueño sin pasión y llena de amor
el amor de la humanidad
yo estoy libre de ti.
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