segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Medo




Meu bem, eu tenho medo de secar
de virar pedra pesada
E imóvel no exato momento em que meus olhos
avistaram tua pele e tua boca
Eu tenho medo...
desse passado que não passa
Que me faz ver a diferença entre a loucura e estar louca
viver querendo o passado, a ternura de um beijo
que no escuro do quarto toca meus lábios
Implorando chances
implorando pra que a terra gire ao contrário
lutando todo o dia que nasce
e vendo esse amor que renasce todo o dia
Gritando pela alma
um grito sem voz, um grito de dor
que ninguém ouve, que ninguém se importa
andando pela rua
com as pernas tortas, meio nua, meio morta!
As veze totalmente morta
aprendendo a viver os outros lados da vida
esse outro lado que não me interessa
esse lado sem amor, sem pressa
convivendo com o silêncio com a calmaria
sentindo alegria sem sentir
sorrindo sem verdadeiramente sorrir
calada para o mundo
mas por dentro uma barulheira que não tem fim
E o que pode ser de mim?
Se seguir esse caminho de solidão
Eu preferia aquela
aquela que eu era
que mentia para o coração
que acreditava e vivia a ilusão
que sofria, morria mas que se encantava
com as voltas da vida e aceitava o destino que tinha
E que avistava o sol depois da tempestade
e depois ria, gargalhava do amor que sentiu!
Eu queria eu, antes de ti,
mas esse pedaço otimista, esse pedaço cicatrizante da minha alma
sumiu!
E na loucura de viver a vida só de amor
Hoje eu vejo quanto ele está longe de mim
Não sei mais amar, meu amor
Não sei se um dia soube
Não sei se te amei ou se te amo
ou se sequei
ou se neguei ou se supliquei
só sei que perdi aqui
nesse momento e nos outros tantos que sofri por ti
a coisa que faz o homem seguir
a coisa que não tem nome
mas que entreguei mesmo assim
me perdi quando a vida escreveu teu nome dentro de mim!

Thais Dornelles


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