segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dos medos (à Sofia)


Temo o fogo porque ele clareia o que não quero ver
Mas o enfrento, se tiver
Temo a altura porque ela mostra meu verdadeiro tamanho
Mas a enfrento, se tiver
Temo o desconhecido, um pouco
Mas temo muito mais o que conheço
Porque sei o buraco que me meto
Mas o enfrento, se tiver

Não temo a morte e sim
A infinita saudade que ela causará
Não em mim, em ti!

Temo o vazio, o silêncio
A saudade que não tem cura
O desaparecimento, o rompimento
Em ti, qualquer tortura

Mas não temo a tortura se ela for mim
Na minha carne
Desde que tu não me vejas sangrar

Meus medos, todos eu enfrento
Veja, eu temo apenas os teus medo
A vida sem ti já não temo tanto
Porque sem ti, não há vida
Breve eu partiria para perto

Todos os meus medos se empregam ao teu nome
Porque só tremo diante o teu sofrimento
Não que eu não sinta, não que eu não chore
Mas por ti, enfrento o que for
Por ti, me ergo e fico maior que qualquer altura
Me ardo e queimo mais e clareio mais que qualquer fogueira
Me conheço, e conheço quem quer que seja
E faço, me faço, me engano, engano,
Te protejo de qualquer mentira, qualquer conhecido
Enfrento o que desconheço, faço barulho e me esqueço do silêncio
Ignoro e tapeio a saudade, dou graças aos que me desaparecem
Rompo antes com os que me enfraqueceriam
Desde que estejas feliz!
Assim, sou forte, sou vida, sou herói
Porque a única bala que pode calar meu coração
É a que te atinge, é a que te faz chorar
Diz-me teus medos sempre para que eu possa me proteger
Mas diz-me em segredo, pois só eles me destroem

Thais Dornelles

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