sábado, 27 de outubro de 2012

Eu a quero!




Tenho duas mulheres ao meu lado
Meus braços como um cano de encaixe, as ligam.
O calor do meu corpo serve para mantê-las aquecidas
Tenho duas mulheres, as adoro imensamente.
Cada uma de um jeito distinto
Eu poderia ficar acordada para sempre
De modo que esse momento não passasse
Mas as quero tão bem que me levantarei
Tenho duas mulheres que me amam
Meu desejo de vê-las sorrindo é onipotente
Eu faço tudo por elas, sou delas, porém...

Tenho uma mulher atravessada no meu coração
Ela ocupa espaço por todos os lados
Meu pensamento está nela há tampo tempo
Essa mulher não me permite olhar para as duas mulheres
Que eu tenho nos meus braços
Essas, que imploram os meus abraços, estão invisíveis
Tenho um nome entalado na garganta
Eu tusso, tomo água, provoco o vômito...
Nada faz essa sensação passar
Tenho uma mulher algemada em minhas mãos
Onde toco, a sinto nua.
Se eu soubesse o que fazer
Faria
Eu a pedi que fosse embora
Tenho uma mulher tatuada na minha alma
Mesmo sem vê-la, ela permanece.

Agora...

Duas mulheres me esquecerão
Partirão de mãos dadas, baterão a porta.
Eu as deixarei, não pedirei que fiquem.

Uma mulher fez usucapião do meu coração

Esse momento parece ser o melhor da minha vida
Eu permitirei deixá-lo passar
Abro mão, lavo as mãos, assumo a derrota, entrego os pontos

Uma única mulher é a dona dos meus contos.

Bandeira branca a cima, ajoelho diante da batalha

Uma mulher me fez abandonar a guerra

Porque eu não quero vitórias, mazelas, destaque,

Uma mulher fez-me descer ao bunker

Vou esperá-la sem querer nada

Já que...
nada quero mesmo, ora, além dela!



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