segunda-feira, 22 de abril de 2013

dinossauro

a mesma mão que engatilha a arma é a que retira as balas.
no labirinto das emoções, a razão é invisível.
o sinônimo de humanidade é confusão
não, não é racionalidade.
um sentimento forte somado a outro pode virar zero.
depende só de quem faz a equação.

somos carne rumo ao apodrecimento
todos com medo da morte
então alguns aceitam trocar o coração verdadeiro
por um de plástico colorido

abriram meu peito, tiraram de mim meu direito
das flores da primavera, só sobraram as folhas do outono
o fogo não mais esquenta
as mãos são geladas, se escondem do toque
vão para o bolso.

os olhos, diante de olhos que enxergam
olham para baixo, olham para o lado
eles não miram o presente,
são pedras esquecidas no passado.

as feridas vestem marcas, roupas caras
do tédio, nasce uma aquisição
que retira um sorriso curto dos rostos tristes

eu vejo da minha janela
um paredão cinza,

o sol desistiu do homem, vai se distanciando
sua intenção é derreter as geleiras
que habitam o coração humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário