terça-feira, 3 de setembro de 2013

sola colada

Pasárgada está longe
vamos, todos, cuspir no rei?

eu estendo minhas mãos para ancançá-la
parece uma nuvem, uma miragem
parece um delírio criado da minha vontade

quantas paixões podem brotar de um coração morto
quantas cores podem espelhar olhos negros?

Eu vejo um arco-íris quando a vejo!

percebe-se a carência do sol
tão majestoso, vive sozinho
e porque eu não viveria?

ocorre que um céu nublado é proteção
da tristeza nasce a força
são pés cansados que pisam em cacos de vidros

- Pára! - grito- é preciso não buscar nada

é de repente que um abajur acende
para, depois, os dedos voltarem a enchergar
enquanto que os olhos voltam a sentir.

cabelos negros, ruivos, loiros
uma única cama esbanja tanto
Soa insignificância
entretanto, aquela dor que habitava
vira poesia sem nexo aos que a lêem

explica-me quem és
assim posso entender melhor o silêncio posterior

o amor, quando grandioso, é ausente

há corpos foragidos
ninguém nos salavará

vizinhos desconhecidos que choram ao mesmo instante
todas as lágrimas conectadas pela desejo comum

Milhares de sonhadores que sonham com a mesma imagem

que sentido, senhor?

descubro, diante da tranquilidade,
que a paixão descarta relógios e
se o pensamento nos cansa,
é o tédio gemendo desentendimento sobre a realidade

sou uma flor quase morta
Tranquila e conformada
esperando um regador
que só pode aparecer
se eu não o necessitar, se eu não o quiser.

um pássaro rasga meu peito,
quer partir
migrar para a terra da paz
que sempre ignorei

tudo que eu preciso
absolutamente tudo que eu quero
depende da solidão
somente só, o homem encontra a liberdade-felicidade.






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