Amargura

Estou cansada
Todos mentiam e eram uma coisa
e todos eram ovelhas inofensivas
por isso amei lobas
Lobas de cara, mulheres que não cabiam em fantasias
mas eram fantoches de sua própria criação!?
Ilusão achar que me enganou
eu própria me iludi
Poderia ter visto, até em momentos senti
que era areia, que era poeira
e que cederia e sumiria
e tudo cairia de ti, por si, em mim

Estou descrente, triste, enojada
com o que fui ao teu lado
deveria eu ter vestido também uma máscara?
são todas pequenas para meu rosto
todas não escondem meus desejos
ilusão achar que estás livre
estou em ti, eu sei!
e algo de ti está em mim
algo que acreditei e amei profundamente
mas é de mentira
e a verdade sempre aparece, não e?
Vai me vir, assim como tu me virás em um dia de sol
e eu notarei que a luz, o amor, o brilho, a vontade
Não estão conectadas a tua boca!

Haverá medo até lá
mas e qual caminho é seguro e belo o tempo todo?
Não tens culpa se meus poemas estão amargos e sem cor
É que sou assim, nunca tive o dom da mentira
embora minta para mim o tempo todo!
foi de mim aquela metade boa que crê
Eu sei!
Mas um dia ela retorna às minhas mãos vazias
que eram tão cheias de amor por ti
Um dia ela volta
e eu volto a sorrir!

Thais Dornelles


Abril/2009