quinta-feira, 26 de julho de 2012

saudade é pra quem tem!



                                                                                    Ah, meu amor...

Perdoa essa explosão atômica que nasce da dor de viver sem ti. Perdoa as palavras ásperas, os insultos. É o mesmo que as poesias lindas te dizem, só que é escuro, mas dizem o de sempre. Dizem que te amo! Dizem que te espero em qualquer lugar, num dia de chuva ou de sol, numa noite ou madrugada. Em qualquer lugar que eu esteja, vou cuidar os lados e imaginar tua chegada. Meu bem, eu posso errar de tantas formas. É tudo do desespero assustador por não poder perder minhas mãos entre teus cabelos, puxando- os até o meu rosto para sentir o cheiro, teu cheiro que eu sinto em todos os lugares, sem nunca ter sentido. Eu protestaria todos os dias se essa revindicação colocasse meu corpo embaixo do teu.  Eu lutaria, levantaria junto com o sol, combateria todas as teorias da moralidade que me proíbem de estar ao teu lado, se tu desejasses o meus beijos. Tenho medo da força esmagadora dos meus punhos, do meu corpo, se tu me quisesses. Mas, cariño, não me queres. Isso dói como uma navalha na pele no inverno da Sibéria, dói como a fome dos miseráveis da África, dilacera como o peito das mães argentinas que ainda esperam o retorno dos seus filhos que nunca voltarão para casa. Dói como a menina do Banksy que deixa escapar seu balão e cresce sem vontade com a imposição da vida. Eu me solidarizo com todos que sofrem, queria abraçá-los, queria ter os  braços dos gigantes que moram nas nuvens para acomodá-los no meu peito. Teu não dói como a dor de um sabiá mudo e de uma andorinha atingida pelo estilingue. Há um silêncio insuportável dentro de mim. É feito de um barulho imenso que mescla os gritos dos negros e dos índios diante da desumanidade do homem branco. Meu coração acelera e para, retoma as batidas e segue apenas. Eu te queria tanto! Eu, que não acredito em espíritos, me vejo desencarnada na fogueira de alguma praça inglesa, sinto meu corpo queimar, mas não sinto vontade de resistir. Nessa noite, sinto toda a dor dos que nasceram no tempo errado, no corpo errado e vagueiam pelo mundo, enjaulados.  O gênio da lâmpada mágica está sentado ao meu lado agora, tão triste como eu. Ele pensa que sempre deu a todos os seus maiores desejos, o pó milagreiro acabou e ele não foi feliz.  Está comovido comigo, mas não pode me ajudar. O pedi o tapete voador emprestado para ir até tua janela e te olhar dormindo. Deus, diabo...nunca te verei dormindo, meu amor! Nunca te verei secando os cabelos, calçando os sapatos, nunca abrirei teu sutiã...A minha dor é pior que a dor da morte: aquele que perde quem ama, o tem na memória, é repleto de lembranças e por mais que  saudade corroa, ela também pode fazê-lo sorrir. 

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