terça-feira, 14 de agosto de 2012

ven conmigo

Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim”.

"Portanto, mesmo que você cometa a vileza de me deixar sem resposta, num outro de repente a gente se encontra numa esquina, numa praia, num outro planeta, no meio duma festa ou duma fossa, no meio dum encontro a gente se encontra, tenho certeza."



Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias. É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena. É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios. Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para me arriscar num futuro incerto. Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos e chocolates. Apague minhas interrogações.


"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei."
CAIO FERNANDO ABREU
                        Tão bom quando encontramos já prontinho o que gostaríamos de dizer. Sempre achei o Caio F, um chato. Um romântico chato. Gosto dessas mudanças drásticas de opinião. Será que eu, agora, sou uma chata? Prefiro isso!Me alegra a ideia de que lês o que escrevo aqui. Sei lá, as vezes penso que mexo contigo fortemente. Que tu não encostas, não te aproximas porque sabes, tão bem quanto eu, que encaixaríamos. Eu queria te dizer algumas palavras olhando bem dentro do teu olho pra desconstruir esse abismo da falta de intimidade. Impossível que não me leves a sério. Eu aceito qualquer uma das projeções menos a que prega a tua falta de crença no meu sentimento. Ele existe. Está aqui. Anda comigo diariamente, me acompanha desde que o sol nasce até o momento em que ele se despede no céu.Eu penso em ti de uma maneira tão pura que não entendo como isso poderia ser questionado. Eu queria te abraçar forte por alguns segundos, sentir teu cheiro, cessar a minha dúvida quanto o teu cheiro e te mostrar que o que tenho em mim - que é teu- é bom! Não tem porque pegar todo esse sentimento e por no lixo. Não tem mesmo! Guarde ele numa lembrança boa, ao menos. Não tem porque fugir, não há nada a temer. Devemos temer a vida sem tentação, eu te diria- se pudesse. Mas não posso, então escrevo. Outra coisa que não podes pensar é que não tive coragem de te pegar pelo braço e te dizer, no mínimo: isso é realidade, embora eu tenha utilizado o meio virtual. Não foi falta de coragem, não. Foi excesso de respeito, de amor. Nunca pegaria do teu braço, nunca te deixaria constrangida com essa coisa toda que eu sinto e tu não queres. É o princípio, né? Respeito. Eu o tenho tanto por ti que até esqueci de me respeitar e, aí, falhei, mas nunca tive a intenção de acertar sempre. Mas eu cuidei do teu nome, cuidei de ti, cuidei do meu amor, sem saber que não estava cuidando de mim. Sinto uma dor forte no peito, uma espécie de facada no meio do coração, quando escuto pessoas falando mal de ti. Olha, eu te entendo, mas tu precisas confiar em mim, deixar pra lá a lógica, os conselhos furados e encostar. Eu não te morderei, se não quiseres. O mais louco é sentir pulsando a impressão de que precisas de mim, de que eu posso te fazer feliz e melhor. Porque, de repente, eu te ajude a compreender o que não compreendes, todos esses medos que sinto vindo de ti, todas essas fugas. Se tu entras aqui e estás lendo isso e estás pensando que sou uma louca, uma maluca, pensa com leveza, fecha os olhos e reflete: porque entrar aqui se não há vontade de nós, de mim em ti, de ti em mim, de uma cerveja- ao menos.? Alguma vontade existe, sim. Se ela está ai contigo, porque não matarmos a minha vontade e a tua juntas? Esquece o resto e vem comigo por meia hora, uma hora, um dia, alguns meses, anos, pra sempre, sei lá, não sei do futuro. Mas vem! Vem comigo que eu te mostro o caminho e coloco meu corpo na frente do teu diante de qualquer risco, diante de qualquer coisa. É assim que se gosta: cuidando. Exatamente como sempre fiz contigo. Até cuidei demais e tudo ficou um pouco vago, um pouco irreal. Zelei demais a tua autonomia, de tal forma que tudo parece uma ilusão. Mas eu tô cansada, visivelmente esgotada. Tô, literalmente, me fudendo, me lixando pro que vão dizer ou pensar. Isso não quer dizer que não me importo e respeito o que tu pensas e sentes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário