nunca com ela?
ainda sem ela?
sempre sem ela?
não, não são cem poemas de amor
e uma canção deseperada:
são cem escritos desesperados e
uma canção de esperança!
esse aqui, não é mais especial
junta letrinhas que dizem sempre a mesma balela
percorrem ondas magnéticas
são versos aflitos que bucavam um sorriso,
mas só arrombam a porta dela
na medida que o tempo passa,
a madeira vira aço?
a retina fica esbranquiçada
e nada mais vê?
catarata é ela pros meus olhos!
nada do que escrevo, falo,
a penetra
não,
meu sexo não permite invasão;
ele recebe.
minha poesia recebe dela,
um banho de água fria
nem um suspiro, nem um ...um..."que lindo"
não serve nem como papinha pra vaidade!
são poemas invasivos, a invadem toda
e nadam dentro dela até o ar acabar
depois?
morrem afogados, assassinados pela razão!
meu centésimo desabafo,
que bafo!
será que Matilde sorriu?
a Mafalda nem leu.
amanhã escrevo a tal canção de esperança
hoje nada em mim, nem uma titiquinha, acredita
(mentira)
ou, talvez, escreva mais cem bobagens
ora, me atrever a rabiscar sobre saudade!
cem poemas de amor sem amor
formei-me, sou poeta, aquele tal fingidor
diplomado na arte de quê?
que louco...
sabem,
mais louco ainda é que
cem poemas de amor, pra ela,
foram pouco, muito pouco!
tão pouco, que se fossem escritos a punho
virariam folha amassada
jogada na lixeira orgânica
misturada com as frutas estragadas
junto com aquela maçã esquecida
que apodreceu na geladeira
porque nenhuma boca a mastigou.
é, são cem poemas de amor!
sigo sã? algum dia fui?
bato na mesa:
-maldito professor Chico!!
eu, aluna relapsa, estava presente
naquele infâme dia quente
em que ensinastes toda aquela pobre gente
a enchergar na escuridão.
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